Pestalozzi pode fechar em Dourados e Daniela Hall cobra explicações
05/03/2018 11:15

05/03/2018 11h13 - Por: Assessoria Parlamentar

O déficit de professores em sala de aula desde o início do ano letivo, que tem atingido todas as escolas da rede municipal, também chegou à Associação Pestalozzi de Dourados. Sem professores, a unidade escolar, que atende aproximadamente 110 alunos na educação especial, parou as atividades na última sexta-feira (2). Procurada por pais de alunos da Pestalozzi, a vereadora Daniela Hall (PSD) cobra explicações da Prefeitura Municipal e busca apoio tanto da população, como da promotoria do Município.

"É impossível, que de uma hora para outra, mais de 100 alunos especiais sejam encaminhados para escolas de ensino regular. Os alunos necessitam de atenção especial e qualquer mudança causa grandes impactos diretamente na vida de suas famílias", afirmou a presidente da Câmara Municipal de Dourados.

De acordo com a diretora da Pestalozzi, Vera Lúcia Di Dio, que há 19 anos está à frente da instituição, a escola contava com professores cedidos, tanto do Estado como do Município. "Um decreto do juiz José Domingues Filho, encaminhou todos os professores efetivos cedidos às suas escolas de origem. Dessa forma, tivemos que paralisar as aulas, porque não temos condições financeiras de manter professores na nossa escola. Desde o início do ano letivo, tenho buscado firmar um termo de cooperação com a Prefeitura Municipal de Dourados, sem êxito algum. Desde 1985 contamos com um convênio na nossa unidade de ensino e esse ano, infelizmente, a gestão municipal ainda não autorizou", enfatizou Vera Lúcia.

Jandira Rodrigues de Oliveira, tia e curadora de uma aluna da Pestalozzi, lamentou a situação e afirmou que essa será a maior tristeza para as famílias, caso a escola tenha que ser fechada. "Tenho a guarda da minha sobrinha que estuda na instituição desde os cinco anos de idade. Hoje, aos 19 anos, ela tem uma perspectiva maior de vida. Foi lá que ela aprendeu a andar, a comer, entre outras coisas, porque somos uma família. Nenhuma criança tem condições de ir para uma escola regular", disse Jandira.

Já o técnico agrícola Carlos Flores, que tem uma filha de 24 anos, que há 12 anos frequenta a unidade escolar, afirmou que o juiz agiu de forma arbitraria, sem ouvir as famílias. "É uma tristeza muito grande. Temos acompanhado as dificuldades em que a educação municipal está passando e, tentando resolver isso, nos tiraram os professores. Aquela escola é o mundo da minha filha. Lá ela é bem atendida e bem cuidada. Hoje ela acordou triste, colocou o uniforme, a mochila e ficou aguardando ir para escola. É impossível, no caso dela, ir para uma escola regular", afirmou Flores.

Hoje, a partir das 18h30, pais e alunos estarão na Câmara Municipal de Dourados para acompanhar a fala na tribuna livre que será realizada pela Associação de Pais e alunos. Para Daniela Hall, Dourados vive um grande retrocesso na educação. "Há quase 20 dias sem professores na rede municipal, desde o início do ano letivo, os alunos estão aguardando os profissionais para retornar as salas de aula. E agora, querem encaminhar os alunos especiais às escolas regulares. Não podemos perder essa unidade de ensino tão importante no município", lamentou a vereadora Daniela Hall.


Daniela Hall cobra explicações da Prefeitura Municipal (Foto: Divulgação)

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