Marcelo Mourão cobra da prefeitura a falta de médicos para crianças especiais
- Salário ofertado é baixo, não atrai profissionais e quem paga a conta é o usuário -
Marcelo Mourão fala novamente sobre a falta de médicos na PAI
Foto: Valdenir Rodrigues/CMD
29/03/2022 11:56

 

Acompanhando o drama de várias famílias, principalmente de crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista) que dependem de atendimento por parte da saúde pública, o vereador Marcelo Mourão (Podemos) cobrou da Prefeitura de Dourados o descaso para com o salário ofertado para profissionais de diversas áreas médicas. Isso provoca a falta de interesse dos especialistas nos cargos e a conta quem paga é o usuário.

Neuropediatra, psiquiatra e otorrino são alguns dos cargos que não dispõem de profissionais na PAI (Policlínica de Atendimento Infantil), que deveria ter seu quadro completo, diante da grande procura por parte de pais de crianças com algum tipo de transtorno. Marcelo Mourão tem insistido, desde o ano passado, para que a prefeitura contrate um neuropediatra, e até agora nada.

No Diário Oficial do município, edição de segunda-feira, 21 de março deste ano, consta um novo processo seletivo para a contração de médicos em várias especialidades, com o maior salário fixado em R$ 8.418,76 para uma jornada que pode variar de 20 a 40 horas semanais. O salário de um neuropediatra é de apenas R$ 4.209,38, mais comissão. No Estado é R$ 6.018,85 para uma carga horária de 12 horas semanais.

“Nosso mandato tem se esforçado bastante para fazer o município entender que com a saúde não se brinca, ainda mais quando se trata da saúde daquele que é o verdadeiro dono do recurso que o poder público administra. Fico muito triste ao ver pais que enfrentam verdadeira maratona em busca de assistência a seus filhos e se deparam com o descaso”, comentou Marcelo.

A Elineuza Santana Rodrigues, moradora em Dourados, é apenas uma das centenas de mães que vive esse drama. Desde o final de 2019, quando o filho que hoje tem 11 anos, foi diagnosticado com TEA. A consulta foi particular, mesmo sem condições financeiras. Ela é professora contratada e na época estava desempregada.

Com a pandemia a situação do filho se agravou e foram pedidas sessões com neuropsicólogo, fonoaudiólogo, psicopedagogo, terapia ocupacional e ela mais uma vez teve que recorrer ao SUS e não conseguiu. “Me fizeram de peteca, me jogaram para todo lado, e só consegui fazer uma terapia a custa de rifas de objetos doados por amigos. Não sei mais o que fazer”, desabafou Elineuza.

Marcelo Mourão ressaltou que o caso de Elineuza não é diferente da maioria das mães que não dispõem de recursos financeiros para pagar um especialista, independente da condição de saúde do usuário. “Vamos continuar a exigir da prefeitura o cumprimento de suas responsabilidades e apoiando qualquer manifestação de pais que se sentem prejudicados com essa situação”.


 

Texto/Fonte: Assessoria