A vereadora Lia Nogueira (PP) cobrou explicações da Prefeitura de Dourados sobre a aplicação de recursos do Governo do Estado enviados para a saúde do município. Lia trouxe o tema para a pauta da 4ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal, realizada na quarta-feira (23).

Em tribuna, Lia destacou ter feito um levantamento reunindo dados que apontam que até dezembro de 2021 o Governo do Estado destinou para Dourados um montante de R$ 52 milhões. Segundo a vereadora, os repasses tinham como objetivo dar um ‘socorro’ especificamente para a Secretaria Municipal de Saúde, que vive uma de suas maiores crises.

Em fevereiro do ano passado, o Estado fez uma espécie de adiantamento à administração municipal, destinando pouco mais de R$ 9 milhões. Esses recursos, conforme a pactuação, deveriam ser aplicados exclusivamente na rede municipal de saúde. Lia apontou ainda que além do suporte por parte Estado, a Prefeitura arrecadou em 2021 quase R$ 1,5 bilhão e conforme declaração do próprio prefeito, Alan Guedes (PP), o município comemora um superávit de R$ 15 milhões. 

Apesar de recursos para serem aplicados na melhoria da saúde de Dourados existirem, a vereadora ressaltou que é preciso esclarecer como e de que forma isso tem sido feito. “Uma arrecadação como essa, além da ajuda financeira que o Governo do Estado tem dado, não há como admitir o cenário caótico da saúde no nosso município. Está faltando gestão? Em que e como esse recurso foi empregado? Como vereadora não posso deixar de fazer tais questionamentos e cobrar a prestação de contas do município em relação à Saúde”.

Os questionamentos da vereadora tem base também, além dos dados, em várias denúncias enviadas ao mandato por usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) e feitas pessoalmente durante as visitas de Lia em unidades básicas e também na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e Hospital da Vida. 

Nesse contato in loco, a vereadora pôde observar uma série de irregularidades que vão desde a falta de insumos básicos como agulhas, seringas e luvas até a situação de aparelhos de tomografia e autoclave quebrados. Problemas que comprometem o atendimento à população, inclusive com suspensão de cirurgias de casos graves de saúde.

As denúncias de Lia foram compartilhadas com os deputados da bancada de Dourados na Assembleia Legislativa. Dois deles, Zé Teixeira (DEM) e Barbosinha (DEM), cientes da gravidade do atual cenário, chegaram a apresentar um pedido de intervenção do Estado na saúde de Dourados. 

“Como representantes da população de Dourados não podemos ficar de braços cruzados. O município que já foi referência para a região do Conesul, hoje exporta pacientes. Isso denota a situação caótica que a Saúde de Dourados chegou”, afirma Lia Nogueira.