Dourados pode levar 11 anos para acabar com fila de cirurgias ortopédicas, denuncia Virgínia
15/12/2014 07:13

Vereadora Virgínia Magrini critica a falta de planejamento e o descaso da administração municipal

“Ainda que ninguém mais precise de cirurgia ortopédica pelo SUS [Sistema Único de Saúde] em Dourados, a fila de espera existente para esses procedimentos no município só deve acabar daqui a 11 anos e oito meses”. Essa denúncia é da vereadora Virgínia Magrini (PP), que ressalta estar indignada com o descaso e falta de planejamento da gestão do prefeito Murilo Zauith (PSB).

A afirmação da parlamentar está embasada em dados fornecidos pela própria Prefeitura de Dourados. No dia 3 de novembro Virgínia encaminhou requerimento ao prefeito cobrando informações sobre a relação de todas as cirurgias ortopédicas realizadas pelo Sistema Único de Saúde no município nos 60 dias recentes, o número de pessoas na fila de espera e sobre a ocorrência de remarcações.

“A resposta que recebemos é de causar indignação”, enfatiza a progressista. Ela se refere ao documento assinado pelo secretário municipal de Governo, José Jorge Filho. Segundo ele, atualmente 283 pessoas estão na fila de espera. Mas Dourados não realiza os procedimentos há mais de dois meses e precisa encaminhar os pacientes para Campo Grande.

Para piorar, o secretário de Governo da gestão Zauith informou que a pactuação realizada com o município de Campo Grande prevê somente 24 atendimentos ao ano, dois por mês.

“Nesse ritmo, somente para acabar com a fila de espera existente, serão necessários 11 anos e oito meses. Isso se ninguém mais precisar de cirurgias ortopédicas em Dourados”, ponderou Virgínia. “Estou indignada com essa situação de descaso, muitos desses pacientes da fila de espera são idosos que sofrem com osteoporose e que, na melhor das hipóteses, ainda precisam viajar mais de 200 quilômetros para serem atendidos”.

Conforme a resposta da prefeitura, em Dourados só são feitos os encaminhamentos à Capital, após avaliação por médicos ortopedistas que atendem no PAM (Posto de Assistência Médica de Dourados) e no Hospital Universitário. A administração municipal também afirma não ter “conhecimento referente à remarcação de cirurgias agendadas”.



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