Debate sobre reforma da Previdência deve mobilizar sociedade, diz Ishy
14/03/2017 08:18

Está em construção em Dourados a organização de uma Audiência Pública que irá debater a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/16, do Governo Federal. Segundo o vereador Elias Ishy, o debate é necessário para esclarecer a população as consequências da chamada "Reforma da Previdência". Ele destacou a importância da participação social neste ato, bem como em outras mobilizações.

Os principais pontos da medida devem atingir ainda mais os labutadores rurais, servidores públicos e mulheres (que ainda enfrentam duplas jornadas com afazeres em casa e o cuidado com os filhos). A medida não leva em conta as desigualdades das condições de trabalho, salário e iguala a idade limite da aposentadoria em 65 anos.

O texto também institui o tempo de contribuição em 49 anos para aposentadoria absoluta, o que praticamente impediria a ação, levando em consideração a economia e o índice de desemprego no país. A desmotivação também atinge a juventude. Para conseguir o tributo integralmente, um indivíduo deverá trabalhar dos 16 aos 65 anos, sem interrupção. "Essa medida precariza ainda mais a situação dos trabalhadores, a saúde e a qualidade de vida, portanto, os movimentos devem se organizar para resistir a essa imposição", diz Ishy.

No dia 8 de março, as mulheres pararam todo o mundo pela passagem do Dia Internacional da Mulher. Na pauta, além dos assuntos relacionados à aposentadoria, questões históricas do movimento feminista foram debatidas. Já no dia 15, todos os sindicatos do Brasil estão convocando uma paralisação, aderida em Dourados, principalmente, pelos trabalhadores em educação. O objetivo, no entanto, é de que todas as categorias se mobilizem.

O parlamentar lembra que, nacionalmente, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) se posicionou contra a reforma e criou uma Frente em Defesa da Previdência. Além disso, as centrais sindicais e outras organizações contestaram o texto, como a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Anfip) e os Movimentos ligados aos Trabalhadores Rurais.

Ishy acredita que os argumentos apresentados pelo Governo para defender estas medidas são puramente econômicos e ferem profundamente os direitos dos trabalhadores (as). Para ele, a luta e a mobilização social dos grupos são uma alternativa para impedir que a proposta tenha a aprovação no Congresso Nacional.

"Não é uma reforma, mas sim uma desconstrução do atual sistema, pois o discurso do Governo nos apresenta uma ‘pasta’ quebrada. Enquanto isso, as pessoas se sentem inseguras e vão procurar os bancos para aderir a planos privados. Então, para quem serve esta reforma?", questiona o vereador. Ishy lembra ainda que uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) pode ser instalada no Senado para investigar a real situação da Previdência Social. "A proposta como está é injusta para milhões, então todos devemos nos preocupar", finaliza.


Ishy diz que Medida não leva em conta as desigualdades das condições de trabalho, salário e iguala a idade limite da aposentadoria em 65 anos. (Foto: Thiago Morais).

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